Renato Moreira lança romance histórico da época da escravidão

O escritor e químico Renato Moreira lança “João Caetano, memórias de um abolicionista”, romance histórico sobre uma família camponesa da época da escravidão, oriunda do casamento entre uma escrava negra angolana e um português. As anotações do filho abolicionista do casal, João Caetano, morto em um assassinato em Paris a mando de senhores de escravos, foram encontradas por seu filho, João Cardoso, que conta a saga da família a partir dos escritos do seu pai.

Em entrevista ao Blog Autografia, Renato, nascido em Recife e morador de Fortaleza, conta mais sobre sua trajetória: “Eu sempre trabalhei na área de Ciências (Bioquímica, Imunologia e Biotecnologia), mas tinha uma atração especial pela História. Sou professor universitário desde 1966, químico, Doutor em Bioquímica e Pós-Doutor em Bioquímica e Imunologia. Com a chegada da aposentadoria, depois de uma vida dedicada à atividade de ensino e pesquisa, resolvi que não podia deixar meu cérebro parado e me arrisquei a entrar na área da literatura”.

A obra traz para o leitor dados da História Clássica, principalmente de Portugal e do Brasil, e os aspectos da trajetória de uma família representante da mistura de raças: “É também um libelo em defesa dos africanos escravizados aqui no Brasil. Podemos dividir o livro em três partes: primeiramente, as trajetórias de dois jovens, o português e a angolana, com alguns detalhes típicos das suas respectivas etnias; em segundo lugar, a formação de uma família brasileira resultante da mistura das duas principais raças que construíram a nossa nacionalidade; e, em terceiro lugar, o grito contra a extrema crueldade que foi a captura de seres humanos”, relata ele.

Renato conta ainda sobre suas inspirações para produzir “João Caetano, memórias de um abolicionista” e como foi a produção do livro: “A ideia de publicar veio do gosto pela História e de uma necessidade de expor a contribuição dos africanos escravizados e trazidos à ferro ao Brasil, que hoje constituem mais de 50% da população brasileira, e até certo ponto são invisíveis da nossa sociedade. O meu processo de escrita foi um desafio enorme para alguém que nunca havia se aventurado na área da literatura, às custas de muita pesquisa, muita leitura e muita vontade de entrar numa área totalmente nova. Poderia dizer que fiz tudo sozinho, tendo como companhia apenas os livros (e foram muitos)”.

Para o autor, publicar é uma vitória sobre si mesmo e sua maior expectativa está se concretizando: “O sonho era uma editora se interessar em publicar e acreditar em mim. O que vai acontecer, daqui pra frente, é fortalecer o meu ânimo nesta trajetória. Embora não pretenda me tornar um ‘autor de sucesso’, sei que daqui pra frente outros livros e contos virão. Aos leitores, acreditem que são capazes de realizar seus sonhos, mesmo que pareçam impossíveis. Mas, principalmente, respeitem e valorizem os fazedores de nossa nacionalidade multirracial, tão bela e forte”, finaliza. A obra “João Caetano, memórias de um abolicionista” está à venda em nossa loja online, adquira o seu exemplar clicando aqui.

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