Os livros infantis formam um importante setor do mercado editorial brasileiro. Contendo textos literários ou apenas entretenimento, trata-se de uma fatia expressiva das vendas diretas e de compras governamentais para distribuição em escolas e bibliotecas públicas. A quantidade de títulos por ano só aumenta, o que também estimula o surgimento de autores a cada dia. No entanto, não é simples escrever um livro para o público infantil. Não basta criar uma historinha ou buscar belas ilustrações, é preciso pensar, estudar e experimentar. Vamos a algumas dicas sobre esses livros?
1. Ler muitos livros destinados às crianças
Não adianta achar que é só ter um clique genial. Para encontrar um tom, os temas e a escrita, é preciso ler muitos livros. Se o foco são os livros para crianças, então é fundamental conhecer autores importantes, livros de qualidade, boas ilustrações e boas editoras.
A produção infantil é forte no Brasil e nossos autores e ilustradores são reconhecidos mundialmente. Basta pesquisar e mergulhar nesse universo.
2. Decidir-se por um objetivo
Uma coisa é escrever livros de entretenimento, cujo objetivo seja apenas divertir as crianças. Isso já é difícil, mas pode acontecer com algum esforço. É ainda mais trabalhoso decidir ser autor de literatura infantil. Aí, sim, é preciso encontrar uma expressão artística, em que a linguagem seja mesmo um dos focos do trabalho. Isso só ocorre após bastante leitura e reiterada experiência com as linguagens.
3. Evitar tom adulto e professoral
Muitos livros para crianças têm o objetivo de ensinar algo ou de transmitir uma “moral”. Isso precisa ser feito do modo mais sedutor possível para crianças. Muitos editores dizem que os pequenos não gostam da “voz” adulta que os textos têm. Pode ser interessante, então, encontrar uma voz mais simpática, mais próxima do público, tomando-se o cuidado de não soar forçado.
Nas obras literárias, o mesmo tipo de questão é colocado. Os textos devem evitar uma voz adulta, um tanto mandona e emissora de regras, para que as crianças sintam-se atraídas pelo livro.
4. Observar verdadeiramente as crianças
Não basta estudar, é preciso conviver com as crianças para compreendê-las e senti-las. Também não basta ter filho ou sobrinho e cismar de se tornar autor de livros infantis. As duas coisas precisam estar conciliadas. Muitos autores se inspiram de fato em seus filhos ou parentes; outros, não. As crianças mudam junto com os tempos. É fundamental encontrar temas, argumentos, linguagens e possibilidades entre a vida real e o conhecimento adquirido na leitura de muitas obras.
5. Manter parcerias com ilustradores
Todos sabemos que a ilustração não é apenas complementar em obras infantis. Ela é fundamental. Em alguns casos, os livros sequer têm palavras. A força de uma obra bem ilustrada é reconhecida pelos pequenos, que leem e veem com encantamento. Mas é preciso ter cuidado com isso. A ilustração também transmite antipatias, preconceitos, ideias errôneas. Seja uma ilustração mais técnica, seja uma mais artística, ela precisa ser pensada para o público a que se dirige. E esse público é particularmente exigente! O Brasil tem excelentes ilustradores. Muitos deles são também autores dos textos de suas obras. Trata-se de uma parceria importante de ser cultivada na produção desses livros.
Mãos à obra? Boas listas de livros infantis importantes e premiados, de todos os tempos, podem ser facilmente encontradas. Que tal começar? Comente nosso post. Estamos esperando suas considerações.