Em um paralelo das realidades vividas por jovens no Rio de Janeiro e em Paris, embasado no mundo cinematográfico, Giovana Zimermann, artista visual e cineasta, lança Rio de Janeiro e Paris: a juventude apache do cinema na periferia. Giovana dedica-se a pesquisas e produção de arte urbana desde 2000, possuindo obras em acervos nacionais e internacionais.
O novo livro é um estudo crítico sobre as mudanças nas cidades e o que elas têm em comum, através de uma filmografia que inclui La Haine (O Ódio), 1995, de Mathieu Kassovitz, e Cidade de Deus, 2002, de Fernando Meirelles e Kátia Lund. Pela perspectiva de Walter Benjamin, Giovana investiga a expressão da periferia na cinematografia brasileira e na francesa.
A autora, pós-doutoranda na Universidade Federal do Rio de Janeiro, utiliza o cinema como dispositivo do discurso sobre os conflitos urbanos. Na obra, ela propõe a realização de uma discussão sobre os dois países a partir de suas características semelhantes – mesmo que possuam diferenças entre si –, como o comportamento dos jovens em uma sociedade do espetáculo e do consumo.
Luiz Eduardo Soares, antropólogo, cientista político e escritor, conta porque a obra de Giovana é vital: “(…) ela ensina, instrui, sistematiza, analisa processos sociais complexos, comparando-os no tempo e no espaço, entre Brasil e França. E recorre à análise de filmes para fazê-lo, com o auxílio de poetas, filósofos e cientistas sociais”. Para Luiz, a obra fascina o leitor.
Usando uma vasta gama de informações, teorias e a filmografia, Rio de Janeiro e Paris: a juventude apache do cinema na periferia possui uma linguagem acadêmica que elucida diversas questões acerca da urbe no mundo contemporâneo. Trata das dificuldades de equacioná-la diante das crescentes diferenças econômicas, sociais e culturais dentro dela mesma com o avançar do tempo.
O lançamento do livro será hoje (27), às 18h, na Livraria Autografia. Além disso, a autora também lançará, dia 08/06, às 20h, no Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina (MIS/SC), CIC, em Florianópolis, seu filme “branCURA”, que trata sobre a violência de gênero. Com roteiro escrito por Giovana, o curta foi vencedor do Prêmio Catarinense de Cinema na edição 2012/2013.