Ângelo Hentz Cappellari lança obra sobre instigações filosóficas 

O autor  Ângelo Hentz Cappellari é acadêmico de Letras e agora lança a obra “Contos sinistrosos de uma mente escatológica”. No livro, Ângelo aborda um conglomerado de instigações filosóficas que se coaduna com a ficção e, talvez, suspense e terror. Na obra, o autor reforça que esses contos são profundos estudos ao seu próprio objeto de apreciação e análise como discente e como docente. 

Em entrevista ao Blog Autografia, Ângelo conta mais sobre sua trajetória e sobre o tema do livro: “A essa pergunta dediquei muita energia e reflexão. Acredito que o instrumento principal de trabalho do artista é, antes de nenhum outro, sua criatividade.”

“Por isso, não tenho medo de afirmar que o artista trabalha e se aprimora 24h por dia. Todo sonho, todo delírio, todo desvario, devaneio, silêncio e barulho é informação empírica a ser usada de inspiração para alguma arte. E nós sabemos fazer isso”, conta.

“De diferentes modos, com diferentes materiais físicos – e [por que não?] metafísicos -, pensamos muito sobre muita coisa e muitos de nós enlouquecem de vez. É muito difícil criar uma cisão entre quem sou eu e quem é minha arte. Creio que um não existiria sem o outro – quem sou eu hoje deriva, também, mas não apenas, da minha arte”, diz.

“Comecei a escrever consciente de um objetivo contístico por causa de um pesadelo que tive, em 2015. Depois desse causo, foi-se uma história atrás da outra e assim sucessivamente, até esse livro. Eu escrevo muito! Seja conto, poema, seja… Escrevo muito!”, relata.

“Mas, como é de se esperar de nossa sociedade, preciso ceder mais tempo à atividades como a graduação que à arte. Infelizmente, precisamos sacrificar algumas coisas para conciliar tudo dentro da rotina. Então, em suma, pessoal, profissional e artisticamente, sou uma pessoa sem tempo que usa o pouco tempo vago para tentar manter o equilíbrio (sonora gargalhada)”, conta.

“Eis uma pergunta difícil de se responder. Esse livro pode ser considerado o produto-resumo de um grande aprendizado, de um longo caminho percorrido como pessoa e como escritor. Nesse caminho, o mínimo que fiz foi questionar e esses contos são parte questionamento, parte tentativas de buscar respostas a algumas dessas indagações”, diz.

Esse livro é formado por 27 histórias, entre contos e minicontos, que me ajudaram a aperfeiçoar minha estética como contista, bem como impulsos a estudar Teoria Do Conto. E, sendo acadêmico das Letras, tendo como Alma Mater a Universidade Federal do Rio Grande (FURG), esses contos são profundos estudos ao meu próprio objeto de apreciação e análise como discente e como docente”, afirma.

“Em suma, esse livro significa muito para mim, todas as perspectivas supramencionadas e mais! Em termos de conteúdo, pode-se dizer que é um conglomerado de instigações filosóficas que se coaduna com a ficção e, talvez, suspense e terror”, relata.

A inspiração para Ângelo escrever o livro veio de tudo, muito pautada na sua vontade de deixar uma mensagem aos leitores: “Como artista, creio que tudo pode ser inspiração. Nesses anos morando na cidade de Rio Grande, conheci diversas pessoas, de diferentes partes do Brasil e do mundo”.

“Cada uma delas alimentou uma parte da minha criatividade: diferentes pessoas, perspectivas, culturas… Para mim, se eu estiver dentro do ônibus, indo para a faculdade, um passageiro que jamais vi pode ser inspiração; um transeunte que existe ou não, uma ilusão de ótica…”, conta.

“Tudo pode ser um ponto de partida. Contudo, o que mais acredito que tenha me influenciado é a situação deplorável que o Brasil vive e que a pandemia tem escancarado. Isso, é claro, sem contar que sou um louco desvairado! Minha insanidade merece seus créditos (risos)”, brinca.

O autor ainda conta um pouquinho mais para nós sobre o processo de produção do livro: “Francamente, foi uma obra árdua de se escrever. Não pela densidade ou extensão dos contos, mas pelo escasso tempo que tinha para escrevê-lo. Infelizmente, minha rotina não me disponibiliza tempo o suficiente para toda a dedicação que gostaria à arte literária”.

“Para se ter uma ideia, o conto mais antigo desse livro é de 2017! Além disso, envolve muita ansiedade. Escrevi o livro sozinho, mas a obra, como um todo, é produto também de intenso trabalho da editora. E isso significa, portanto, esperá-los para revisar e vice-versa. É uma obra em conjunto e, por isso, o trabalho é mútuo e teve colaboração dos dois lados”, conta.

Para Ângelo, publicar o livro traz imensa alegria e a satisfação de meta alcançada com muita fé e persistência: “Ansiedade pura e aplicada. Minha, mas não apenas – família e amigos também estão esperando a publicação, o lançamento”.

“E acho que grande parte dessa ansiedade vem de um certo mistério que fiz: quase ninguém conhece o conteúdo do livro senão a capa. E, de alguma forma, sinto que eu também não conheço: a obra, como um todo, o livro diagramado, físico e palpável, até não chegar a mim e eu lê-lo, parece muito distante”, diz.

“Quanto ao futuro, creio ser esse meu estopim público como artista da literatura. Não pretendo parar nesse, pretendo seguir escrevendo e publicando enquanto minha (in)sanidade permitir”, afirma.

“Acredito ser pertinente uma orientação aos leitores: nesses tempos em que fui lido apenas por alguns amigos, deles, a maioria me confundia com o narrador, com algum personagem ou, de alguma forma, me inseria pessoalmente/intimamente nos textos”, conta.

“Não façam isso. Eu sou nada mais, nada menos que o autor. Não sou Verônica nem Regina nem Raphael nem Camélia. Aliás, algumas considerações trazidas por Verônica eu não sei se concordo. Eu teria de estudar esse assunto muito mais a fundo para opinar”, diz.

“Ela, no entanto, crê nesses argumentos. Nesse sentido, peço que entendam que eu não “sofri demais” ou “vivi demais”, ou, mesmo, “de menos” para escrever esse livro. Essa obra é, na verdade, apenas um uso específico da minha criatividade”, finaliza.

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