Passo a passo: como escrever um livro do zero?

Escrever um livro não é uma tarefa fácil. É preciso determinação para dar início, continuidade e finalização a uma obra literária e, embora haja algumas orientações que você pode seguir para nortear o seu trabalho, não há uma fórmula infalível para escrever um texto de sucesso. Mas isso não quer dizer que não você não possa tentar!

Para ajudá-lo a tirar as ideias da cabeça e conseguir transcrevê-las no papel, reunimos algumas dicas sobre como escrever um livro e organizar essa empreitada tão árdua, porém maravilhosa. Acompanhe:

Defina o seu gênero literário

Mesmo que você se interesse por diversos gêneros diferentes, é interessante decidir em qual deles deseja se especializar antes mesmo de pensar em começar um livro. Por isso, é importante entender as convenções e a estrutura de qualquer tipo de história que você possa querer escrever.

Ler livros, textos e rascunhos de gêneros distintos é uma prática que vai enriquecer o seu repertório técnico e linguístico, mas não se desespere. Você não precisa saber tudo.

Apenas escolha aqueles gêneros literários com os quais você mais se identifica (ou se sente próximo), conheça-os bem e comece a investir no aperfeiçoamento das suas habilidades como escritor.

Encontrar o seu estilo preferido costuma ser uma das primeiras recomendações para quem quer aprender como escrever um livro. Porém, não é necessário ter esse compromisso em mente se você já sabe exatamente sobre o que redigir. Nesse caso, preocupe-se com as ideias para depois saber como classificá-las.

Não se desespere no começo

Começar a escrever pode ser mais trabalhoso do que publicar a obra pronta, mas não desanime. Essa dificuldade se deve ao alto nível de ansiedade dos escritores iniciantes, que começam o seu trabalho focando a atenção em todo o processo de escrita em vez de adotar um passo de cada vez.

O 1º deles é decidir o assunto da sua obra. Bons livros sempre trabalham assuntos de forma única, com o objetivo de torná-los relevantes para o leitor. Para definir como vai fazer isso, faça o exercício de escrever (ou digitar) o resumo de sua história ou conteúdo em apenas uma frase.

Em seguida, transforme esse assunto em um parágrafo, e depois, em um esboço de uma página. Aproveite para pensar na construção do seu livro dividida em “início, meio e fim”. Qualquer estrutura mais complicada pode fazer você se sentir perdido.

Uma vez que você começar a escrever, pode ser que se depare com várias dúvidas e “síndromes do papel em branco”. Entenda que tudo isso é natural e faz parte do processo. Por isso, trabalhe com calma. Assim, você vai aproveitar melhor a sua capacidade mental e turbinar a sua produtividade.

Trabalhe com a sua inspiração (mas nem tanto)

Há muitas definições para a palavra “inspiração” na literatura e na filosofia, mas podemos dizer que é uma fagulha de genialidade e a força motriz da criação artística, o momento sublime em que a ideia e o trabalho se encaixam perfeitamente.

Sendo assim, a inspiração é algo muito importante para qualquer artista, inclusive escritores. Porém, ela também é rara. A maior parte do trabalho de escrever um livro é na transpiração, ou seja, no esforço constante de escrita.

É ótimo trabalhar com sua inspiração, mas, para escrever um livro, é importante entender que também é preciso saber se virar sem ela. Aliás, na maior parte do tempo, o escritor não poderá se dar ao luxo de esperar a sua aparição.

Portanto, não conte com a inspiração o tempo todo. Apenas sente na frente do computador (ou com seu caderno e caneta à mão) e escreva. E não se preocupe em produzir um texto perfeito de 1ª, pois isso nunca é possível. Abuse dos rascunhos e vá lapidando o quanto achar necessário.

Crie um conceito (mas seja flexível)

Escrever não é difícil — tanto que milhares de estudantes, roteiristas, jornalistas e redatores podem realizar essa tarefa com maestria. Mas ser capaz de envolver a sua cabeça em torno de uma grande ideia e saber como apresentá-la da maneira certa para o leitor pode ser um verdadeiro desafio.

É por esse motivo que toda história possui um conceito, uma premissa sobre a qual é construída. Harry Potter, de J.K. Rowling, trata de um mundo mágico: bruxos escondidos do mundo trouxa e uma criança predestinada. Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez, conta a longa história da família Buendía, em Macondo.

Um conceito é o cerne fundamental da história, que poderá guiar decisões durante a escrita. No entanto, é importante saber que, ao longo do processo de escrever um livro, esse conceito pode sofrer algumas alterações. Por isso, ser flexível é igualmente importante.

Monte um planejamento

Depender somente dos seus desejos e da sua força de vontade para começar a escrever o seu livro pode fazer com que você procrastine o seu trabalho, além de ter muitas dificuldades para começar a redigir as primeiras linhas do seu material.

Por esse motivo, montar um planejamento da história é um passo muito importante. Esse é o esqueleto e a base da trama do livro com os principais eventos e as guinadas na história. É a forma de ver o todo do livro, com seu começo, meio e fim, os arcos de evolução das personagens e as surpresas reservadas ao leitor. Planejar o seu livro dá mais segurança na hora de escrever.

Mas, se a inspiração acontecer e algo tiver que ser mudado, acrescentado ou retirado, esteja disposto a refazer todo o seu trabalho de planejamento. Faça isso de maneira consciente e pondere antes, mas tenha abertura para isso.

Pense na construção dos seus personagens

Se o seu livro contém uma história de ficção, você vai precisar dedicar tempo para a criação dos seus personagens. Afinal, como escrever um livro sem trabalhar a personalidade e a complexidade do seu protagonista?

Uma dica é começar a desenvolver as características psicológicas antes das físicas e a contextualizar a personalidade da sua criação com a narrativa, já que é isso que fará a diferença na construção da história.

Outra sugestão é evitar a elaboração de personagens demais, já que os leitores poderão ter dificuldades para distingui-los e assimilar as características de cada um. Por isso, sempre que um personagem novo aparecer, mostre como ele é único e fortaleça a sua imagem na mente do leitor.

Faça um bom trabalho e o resultado será uma história marcada por personagens tão memoráveis que permanecerão presentes na mente do leitor pelo resto de sua vida, como Harry Potter, Sherlock Holmes ou o Pequeno Príncipe.

Coloque a mão na massa

Agora que você já tem uma definição mais consistente do seu roteiro e dos seus personagens, vamos ao que interessa: a escrita da sua história.

Você pode utilizar os seus rascunhos para começar a criar o enredo, ainda que em forma de esboço. Não é necessário se prender na escolha exata de cada palavra, esse é apenas o 1º rascunho, no qual você descobre a história sozinho. É possível lapidar melhor a sua escrita depois.

Durante esse processo, você provavelmente encontrará personagens e acontecimentos tomando direções que nem imaginava antes. As definições e os conceitos de cada capítulo do seu planejamento podem ser descartados para dar lugar a ideias novas, na medida em que você realiza experimentações com personagens, cenários, estilos e explora novas abordagens para o seu trabalho.

Esse é o momento certo para você pensar fora da caixa e se soltar criativamente. Não se preocupe com a perfeição: quanto mais ideias forem materializadas na sua história, melhor.

Eventualmente, essa coletânea bruta de pensamentos tomará forma para se tornar uma narrativa completa e compreensível após a devida edição e um punhado de ajustes. Por enquanto, concentre-se apenas em transferir tudo o que está na sua cabeça para o papel.

Seja um observador

O 1º conselho a se dar para alguém que pergunta como escrever um livro deveria ser: exercite e apure seu olhar. Escritores são observadores por natureza. Afinal, diferentemente do cinema e TV, os livros não são um veículo visual para se contar histórias. Por isso a escrita descritiva é a única forma de montar imagens na cabeça do leitor.

Sendo assim, o trabalho do escritor consiste em extrair informações do cotidiano e em elaborar as suas criações a partir delas. Tudo o que acontece na vida de qualquer um pode ser transformado em uma história a se compartilhar — seja um recomeço, um relacionamento e, por que não, uma obra literária?

Escrever é, resumidamente, comunicar uma parte da sua experiência humana aos leitores, seja ela uma luta emocional, uma rotina comum ou até mesmo uma válvula de escape da realidade. Resumindo: escrever é ter algo para contar. De onde você vai tirar o seu “algo”?

O ponto aqui é: a sua vida deve alimentar o seu trabalho. Caso contrário, você terá mais dificuldade para se conectar com o seu público e desenvolver os detalhes da sua narrativa. Use o que acontece com você. Seja bom ou ruim, tudo é material para o seu livro.

Pense em escrever sobre o que você sabe, sente, experimenta ou imagina. Escreva o que só você pode escrever, e não somente o que você acha que outras pessoas querem ler.

Tenha uma rotina (mas seja espontâneo)

Livros não são fáceis de escrever, e por isso é necessário ter comprometimento com essa tarefa. Ter uma rotina de escrita é essencial para redigir um livro e, ao organizar a sua, tenha certeza que vai estabelecer metas realistas.

A menos que você seja um escritor profissional, é pouco provável que vá escrever 30 páginas por dia. Afinal, até Stephen King, mestre da literatura de horror, escreve 2 mil palavras por dia, o equivalente a 3 páginas.

Estabeleça um nível mínimo de produtividade — seja em tempo, páginas ou palavras — podendo ser diário, semanal ou mensal, e faça o possível para segui-lo. O importante aqui é “quebrar” a missão de escrever um livro em outras tarefas menores, com mais detalhes definidos e, de preferência, com datas de entrega marcadas.

Mas, quando tiver vontade de escrever, escreva. E saiba que imprevistos acontecem. Portanto, não acumule metas para os próximos dias.

Faça uma boa revisão

O maior problema dos escritores de 1ª viagem é não entender a importância da revisão. Dentro de qualquer processo de produção de texto, pequenos erros de ortografia, semântica e digitação são comuns, até mesmo nas mãos dos profissionais mais experientes.

Ernest Hemingway dizia que todo 1º rascunho é ruim. Revisar é saber melhorar mais e mais o trabalho, construir sentenças melhores, tornar o texto mais limpo, adequá-lo ao seu estilo e, claro, consertar erros. Para fazer todo esse processo mais fácil, lembre-se das seguintes dicas:

Não exagere no uso de advérbios

Muitos advérbios denunciam uma escrita preguiçosa, porque reduzem em uma simples palavra o que deve ser transmitido e descrito detalhadamente pelo contexto. Em vez de dizer “Pedro entrou em casa rapidamente quando Ana chegou”, por exemplo, tente ser mais descritivo, usando as palavras: “Pedro correu para dentro de casa assim que ouviu Ana chegar”.

Enxugue o seu texto

Livre-se das passagens que falam demais e não chegam a lugar nenhum. Para manter o seu texto interessante e objetivo, procure retirar as palavras que não são absolutamente cruciais para a história. Uma boa revisão geralmente elimina pelo menos 25% do tamanho do texto original.

Use muitos sinônimos

Não há nada pior do que a repetição excessiva e desnecessária de palavras iguais. Para não abordar sempre os mesmos termos, é interessante manter um dicionário em mãos enquanto escreve. Dessa forma, o texto não fica cansativo, já que os sinônimos geralmente ocupam o lugar daquela palavra que você precisa substituir.

Não faça tudo sozinho

A revisão é uma das partes mais importantes do trabalho de escritor. Portanto, considere contratar um ou mais profissionais especializados. Por mais que você seja bom em realizar essa tarefa sozinho, a ajuda de um editor ou de um amigo vai fornecer outro olhar para editar os seus livros da forma correta.

Se possível, não faça apenas 1 revisão. Ao terminar a redação de seu livro, releia todo o material logo em seguida, buscando melhorar frases que ficaram confusas, desenvolver algumas abordagens e reparar erros. Depois disso, revise o trabalho de novo e peça o auxílio de outra pessoa para realizar a mesma tarefa novamente.

Guarde a sua energia para a pós-produção

Depois de ter toda a sua obra escrita, você acha que a parte mais difícil do trabalho acabou, não é mesmo? Grande engano!

A pós-produção é tão complexa e importante quanto todo o processo de escrita em si. Não se trata apenas da revisão: é nessa hora que a reescrita, os ajustes finais, os procedimentos que antecedem o envio para a gráfica e a publicação do seu livro acontecem.

Se tiver a sorte de ter uma editora trabalhando por você, muitas delas farão modificações para adequar o livro no ponto de vista comercial, tendo em vista as preferências do público para o qual aquele material é destinado.

Por outro lado, se está trabalhando por conta própria, terá de apostar em um caminho mais árduo: a autopublicação. Nesse caso, vale a pena contratar profissionais independentes para obter ajuda na finalização de arte da capa, diagramação, edição etc.

Esteja preparado para os desafios

A maioria dos livros escritos nunca são terminados justamente porque essa não é uma tarefa nada simples. Muitos problemas e desafios aguardam os escritores veteranos e iniciantes nessa jornada. Os principais deles são:

Estresse e ansiedade

A maior razão pela qual os escritores se sentem estagnados em seu trabalho, sem conseguir progredir, é que esse tempo de improdutividade atua como um alívio temporário contra o estresse (ou a ansiedade de ver o trabalho pronto).

Se você se forçar a trabalhar constantemente sobre o seu livro inacabado apenas para cumprir o seu cronograma, acabará com um trabalho de má qualidade ou até mesmo com o descumprimento dos prazos de cada tarefa. Em vez disso, faça algumas pausas para se livrar da tensão e descansar.

Distrações e procrastinação

Manter o foco é extremamente necessário para escrever um livro. Se esse não é o seu ponto forte, procure aplicativos de produtividade on-line para impedir que as redes sociais, e-mails e notícias não retirem a atenção do seu trabalho.

Outra dica é procurar lugares diferentes para escrever, como cafés, livrarias ou locais onde as demais pessoas também buscam trabalhar. Se você estiver em um local onde todos estão resolvendo os seus próprios problemas em vez de socializar, você não terá outra escolha que não seja se juntar a eles.

Alto custo para publicação

As grandes editoras provavelmente não cobrarão um preço amigável para divulgar o seu trabalho, embora prometam resultados compensadores. Felizmente, publicar um livro não é tão difícil nos dias de hoje. Várias opções como a autopublicação, editoras independentes ou a publicação on-line prometem fazer seu material circular por preços razoáveis ou até mesmo de graça.

Falta de espontaneidade

Tentar manter o foco na originalidade o tempo todo pode ser uma ideia destrutiva, que vai pesar todo o seu processo de criação. Em vez de se preocupar em redigir algo inovador, que ninguém nunca leu antes, preste atenção nos seus modelos (ou escritores que te inspiram) e não tente abandoná-los logo de cara.

Criar um estilo que é só seu é uma conquista requer tempo e muita experiência. De texto em texto, leitura em leitura, você encontrará uma forma única de elaborar e compartilhar as suas ideias com o mundo.

Dificuldades criativas

Sem criatividade, não há ideias. E sem ideias, não há história, certo? Para que o bloqueio criativo não seja um obstáculo na hora de escrever, procure sair de casa (ou escritório) mais vezes, leia constantemente, organize o conteúdo que criou e faça uma lista de tarefas que te inspiram para colocar em prática. O importante é sair da rotina para manter as ideias frescas fluindo.

Com certeza há muitos outros passos que você precisa seguir no árduo caminho para produzir uma obra literária, mas, com essas orientações básicas sobre como escrever um livro, você já terá uma base sólida para iniciar o seu trabalho com confiança e produtividade.

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Como redigir o prefácio de um livro?

O prefácio de um livro é um elemento fundamental na composição da obra literária. Por isso, ele não pode ser negligenciado. O momento de abrir a leitura e degustar o que está por vir é uma ótima oportunidade para cativar o leitor e fazê-lo criar boas expectativas em relação às páginas seguintes.

Mas você, autor (ou aspirante), sabe como redigir um bom prefácio? Imagina que sua autoria possa ser atribuída a outra pessoa? Conhece os elementos que devem estar presentes em um prólogo bem feito e como o livro ganha com isso?

A seguir, vamos responder às perguntas acima! Mas, antes, queremos conversar um pouco sobre esse elemento e o que o torna tão significativo no contexto de uma obra. Continue a leitura!

O prefácio de um livro e sua importância

O prefácio é, literalmente, aquilo dito antes do livro. Em latim, a palavra “prefácio” significa “dito (fatio) antes (prae)”. Por isso, tal texto introdutório costuma ser relativamente curto, já que precede a obra e tem o intuito de preparar o leitor para o que virá em seguida.

O responsável pela tarefa de redigi-lo pode ser tanto o autor do livro quanto outra pessoa escolhida por ele — por ter atributos que a qualifiquem para falar sobre a obra com propriedade.

Muita gente “pula” esse texto inicial e parte direto para os capítulos principais do livro, sendo que alguns preferem, inclusive, ler o prefácio no final. Trata-se de um gosto pessoal. Contudo, essa seção ganha seu valor no momento em que orienta a leitura da obra, pois evidencia recortes, contextualiza ideias e provoca reflexões que o leitor poderia não ter durante o processo.

Mas o que deve haver em um prefácio bem redigido, que efetivamente cumpra seu papel — e não o contrário (como fazer o leitor sair correndo)?

As funções de um bom prefácio

Caso você seja convidado a escrever o prefácio de uma obra ou pretenda se empenhar em escrever o de seu próprio livro, saiba que é importante seguir determinadas prerrogativas. Abaixo, mostraremos algumas dicas importantes para preparar um.

Apresentar o autor e sua história

Essa é a principal função do prefácio se o autor ainda não for conhecido do público ou, ainda, se estiver lançando sua primeira obra. Nesses casos, solicitar a algum escritor mais prestigiado que apresente seu trabalho é abrir as portas para o público. 

Com o aval do prefaciador, os leitores terão certa garantia de que o livro merece ser lido. Isso acontece tanto em textos acadêmicos — quando um novo autor pede a tutela de um professor renomado — quanto em livros de poemas, crônicas ou um romance.

Ao redigir o prefácio, conte um pouco da vida do autor (sua origem e formação, além da composição de sua família, por exemplo) e de fatos relevantes que o levaram à escrita daquele livro.

Introduzir a obra

A função básica do prefácio de um livro, qualquer que seja seu gênero ou estilo e independentemente do fato de o autor ser ou não consagrado, é expor, isto é, apresentar o texto ao público. Em primeira instância, pense nisso como uma “vitrine” para a obra, explicitando para o leitor seus principais aspectos e objetivos e convidando-o a seguir sempre em frente na leitura, valendo-se de uma boa dose de isenção.

Jamais faça críticas no prefácio! Nesse sentido, é importante que o redator apresente, de forma sucinta, o conteúdo do livro, seu formato (se são capítulos, ensaios, contos, fantasia), seus temas principais e os paralelos.

Contextualizar a escrita

Outro aspecto interessante do prefácio de um livro é sua capacidade de construir, de antemão (pelo menos em parte), o clima e o contexto nos quais se insere a obra. Um livro acadêmico, por exemplo, pode ser contextualizado pelo prefácio no sentido de alinhar as expectativas do leitor com as teorias que serão desenvolvidas e a situação sócio-histórica na qual o texto principal se insere.

Já um romance ficcional, em outra análise, necessita de um prefácio que contextualize as condições em que a obra foi escrita, a fim de elucidar ao leitor as prerrogativas ficcionais nas quais ela se baseia.

Provocar um interesse pela leitura

Não é exagero reforçar: o prefácio de um livro não deve se valer de análise crítica em nenhum nível. Em contrapartida, é possível e recomendável que o redator provoque o leitor a tomar determinadas posturas de cunho analítico durante a leitura da obra.

Nesse momento, o leitor está criando expectativas sobre o que vai encontrar. Por isso, o que o autor do prefácio pode fazer é orientar a leitura e pinçar elementos que atraiam a atenção sem, contudo, interpretar ou fornecer teorias analíticas sobre o texto.

Falar sobre suas inspirações

Se for você o autor do prefácio de seu próprio livro, aproveite esse momento de interação com a pessoa que o lê e exponha para ela de onde partiu a inspiração para escrevê-lo. Quando se trata de uma obra ficcional, vale a pena comentar algumas referências em que você tenha se baseado, por exemplo. Jogue limpo com o público, pois, caso contrário, ele pode desconfiar de algum tipo de cópia!

Não é nenhum pecado deixar claro, logo no início do texto, que a narrativa tenha sofrido influências. George R. R. Martin (As Crônicas de Gelo e Fogo) não nega ter sido influenciado por J. R. R. Tolkien (O Senhor dos Anéis). É o próprio Martin quem enuncia:

Podemos inventar todas as definições de ficção científica, fantasia e terror que quisermos. Podemos estipular nossos limites e criar nossos rótulos, mas, no fim, ainda é a mesma velha história sobre o coração humano em conflito consigo mesmo.

Tenha sempre em mente todos esses aspectos ao se propor a desenvolver o prefácio de um livro — ou a orientar a escrita dele por outra pessoa, seja em uma obra de autoria própria ou escrita por terceiros. Assim, essa seção cumprirá seu objetivo, que é ser aquilo dito antes do escrito.

E então? Resta alguma dúvida sobre a escrita do prefácio? Quer acrescentar uma dica ou compartilhar sua experiência? É só deixar nos comentários! Será um prazer conversar com você.

5 dicas de aplicativos incríveis para escritores

Que todo escritor passa horas e horas olhando o papel, tentando ter ideias mirabolantes e lendo muito, isso todos sabem. Mas, como organizar todas as ideias que surgem com toda essa leitura em um único lugar? Como aproveitar toda a tecnologia existente para facilitar a nossa vida?

Atualmente, é possível escrever e pesquisar inúmeros dados e informações em qualquer lugar da internet. Além disso, a tecnologia traz a conectividade, ou seja, a possibilidade de trabalhar em conjunto com outros colaboradores pode contribuir ainda mais para um projeto.

Pensando nisso, separamos para você, que trabalha construindo textos, uma lista com os 5 aplicativos para escritores que vão te ajudar muito no seu dia a dia. Confira!

Para ajudar na organização 

IA Writer

Para aqueles que são mais desligados, que ficam imaginando o mundo da lua, o IA Writer é um ótimo aplicativo. Com uma interface minimalista e bem nostálgica, já que ele utiliza fonte de uma máquina de escrever, o aplicativo possui apenas o básico para os escritores. 

yWriter

Com um nome bem parecido, outro aplicativo para o escritor organizar as idéias é o yWriter. Ele é simples de usar e, o melhor, divide o livro em capítulos e cenas. Ou seja, a escrita fica muito mais centrada e as ideias, mais encaixadas, conforme os capítulos vão sendo escritos. O yWriter também ajuda a criação de personagens e cenários. E para os viciados em post its e anotações, o aplicativo tem a função de acrescentar anotações, imagens e comentários durante o processo de criação do livro.

Evernote

Outro aplicativo conhecido por todos, pois serve como um grande bloco de notas, é o Evernote. O aplicativo está disponível para os celulares também, o que ajuda muito nos momentos de inspiração, que podem acontecer em locais públicos e sem computador. Os recursos do programa permitem ao usuário realizar pesquisas complexas, como, por exemplo, documentos em pdf anexados às notas. 

Para armazenar melhor

Além dos aplicativos que te ajudam a escrever e a se concentrar no livro, os escritores precisam ter em mãos aplicativos que ajudem a armazenar documentos de pesquisa, ideias, fotos e, até mesmo, o próprio livro. 

Dropbox

O primeiro e mais famoso aplicativo é o Dropbox. Funcionando como uma nuvem, o Dropbox armazena inúmeros GB em uma conta vinculada ao seu e-mail. Com isso, em qualquer lugar em que você queira parar para escrever, mesmo longe de casa, todas os seus documentos estarão organizados em pastas.

Minhateca

Outro bom local para armazenar informações e, principalmente, ter acesso a livros e informações disponibilizadas por outras, é o site Minhateca. Ele funciona como uma espécie de rede social, que foi desenvolvido para a web, mas possui um app para Android. 

O Minhateca é um serviço online gratuito e colaborativo. Ou seja, escritores de todo o mundo compartilham textos, imagens e arquivos por nuvem. A busca pode ser feita por autores e títulos. Mas a dica é: apenas os textos que são disponibilizados aparecem na busca — se você não quiser essa disponibilização, pode usar a plataforma apenas como nuvem.

Se você gostou das nossas dicas de aplicativos para escritores, que tal comentar no post? Deixe você também outras opções criativas e fáceis de aplicativos e métodos para ajudar na hora de organizar e colocar as ideias no papel.

Saiba como e por que começar a escrever um livro

Você sabe que deseja publicar um livro, pensa nisso com alguma frequência mas não faz ideia de por onde começar? Se você se identificou, podemos ajudá-lo a pensar na questão. No entanto, é importante frisar que não há receitas prontas. Em alguns casos, é justamente o inusitado que faz um autor ficar reconhecido e admirado.

Ainda assim, existem algumas dicas bem valiosas que podem te guiar para um bom começo:

Por onde começar?

Pensar na experiência de autores mais tarimbados pode ser bem interessante. Existem livros e revistas com entrevistas e depoimentos que mostram como alguns escritores conhecidos chegaram a um processo criativo confortável e bem-sucedido. Depois de conhecer as estratégias de outros autores, comece a conhecer seu próprio processo. Há quem faça anotações de coisas que observa e tire inspirações daí. Depois, com as anotações em mãos, passa a desenvolver sua história.

Há quem tenha ideias a partir da leitura de jornais, revistas ou outros livros: nada de errado nisso. Às vezes, a realidade é mais espetacular do que a própria ficção. Você precisa descobrir de onde vem sua inspiração e começar a escrever um livro. Memória? Fantasia? Não importa. Comece por uma palavra, uma frase, uma ideia central que deverá ser destrinchada e desenvolvida. Talvez um personagem em torno do qual outros virão. Pense nisso, teste possibilidades e encontre-se. 

Como começar a escrever um livro?

Do mesmo modo que a inspiração pode ter diversas fontes, os modos de começar a escrever também vão variar de autor para autor. Comece pela frase de um personagem e assim por diante. Algumas oficinas de escrita criativa propõem justamente isto: pensar em como você continuaria este começo, frase, ideia – e então, é só desfiar a história com criatividade.

Há quem comece pelo fim, tendo já um desfecho e passando depois a pensar em como sua história chegará até ali. Faça testes também quanto às técnicas mais práticas de escrever: você prefere escrever à mão e depois ir digitando tudo quando tiver algo mais consolidado? Ou prefere já partir diretamente para os teclados de computador? Também é possível utilizar uma gravação de voz para ajudar a pensar e a compor a história. Tudo é possível. Tente!

Por que você deveria começar a escrever um livro?

Há quem queira fazer um registro das histórias da família ou de casos do nosso tempo; há outros que preferem pensar na escrita como uma solução quase terapêutica para problemas pessoais. A cura para muitas coisas pode estar na palavra: a escrita pode servir como desabafo ou até mesmo como diversão. Muitas pessoas transformam suas vidas a partir da escrita, inclusive profissionalmente. Esta é uma possibilidade. 

Hoje em dia, escrever não é tão difícil quanto há algum tempo. Os recursos estão em suas mãos ou muito ao seu alcance. Serviços de publicação e divulgação estão às suas ordens, dependendo de uma negociação que pode ser muito simples. Se você tem a história em mente e quer escrever o texto, mas não tem ideia de como transformá-lo em um livro bem editado, não se preocupe, pois existem editoras especialistas nisso. Preocupe-se mais com a sua criatividade e com a visibilidade que um livro publicado pode trazer para você!

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5 dicas para escrever um livro infantil

Os livros infantis formam um importante setor do mercado editorial brasileiro. Contendo textos literários ou apenas entretenimento, trata-se de uma fatia expressiva das vendas diretas e de compras governamentais para distribuição em escolas e bibliotecas públicas. A quantidade de títulos por ano só aumenta, o que também estimula o surgimento de autores a cada dia. No entanto, não é simples escrever um livro para o público infantil. Não basta criar uma historinha ou buscar belas ilustrações, é preciso pensar, estudar e experimentar. Vamos a algumas dicas sobre esses livros?

1. Ler muitos livros destinados às crianças

Não adianta achar que é só ter um clique genial. Para encontrar um tom, os temas e a escrita, é preciso ler muitos livros. Se o foco são os livros para crianças, então é fundamental conhecer autores importantes, livros de qualidade, boas ilustrações e boas editoras.

A produção infantil é forte no Brasil e nossos autores e ilustradores são reconhecidos mundialmente. Basta pesquisar e mergulhar nesse universo.

2. Decidir-se por um objetivo

Uma coisa é escrever livros de entretenimento, cujo objetivo seja apenas divertir as crianças. Isso já é difícil, mas pode acontecer com algum esforço. É ainda mais trabalhoso decidir ser autor de literatura infantil. Aí, sim, é preciso encontrar uma expressão artística, em que a linguagem seja mesmo um dos focos do trabalho. Isso só ocorre após bastante leitura e reiterada experiência com as linguagens.

3. Evitar tom adulto e professoral

Muitos livros para crianças têm o objetivo de ensinar algo ou de transmitir uma “moral”. Isso precisa ser feito do modo mais sedutor possível para crianças. Muitos editores dizem que os pequenos não gostam da “voz” adulta que os textos têm. Pode ser interessante, então, encontrar uma voz mais simpática, mais próxima do público, tomando-se o cuidado de não soar forçado.

Nas obras literárias, o mesmo tipo de questão é colocado. Os textos devem evitar uma voz adulta, um tanto mandona e emissora de regras, para que as crianças sintam-se atraídas pelo livro.

4. Observar verdadeiramente as crianças

Não basta estudar, é preciso conviver com as crianças para compreendê-las e senti-las. Também não basta ter filho ou sobrinho e cismar de se tornar autor de livros infantis. As duas coisas precisam estar conciliadas. Muitos autores se inspiram de fato em seus filhos ou parentes; outros, não. As crianças mudam junto com os tempos. É fundamental encontrar temas, argumentos, linguagens e possibilidades entre a vida real e o conhecimento adquirido na leitura de muitas obras.

5. Manter parcerias com ilustradores

Todos sabemos que a ilustração não é apenas complementar em obras infantis. Ela é fundamental. Em alguns casos, os livros sequer têm palavras. A força de uma obra bem ilustrada é reconhecida pelos pequenos, que leem e veem com encantamento. Mas é preciso ter cuidado com isso. A ilustração também transmite antipatias, preconceitos, ideias errôneas. Seja uma ilustração mais técnica, seja uma mais artística, ela precisa ser pensada para o público a que se dirige. E esse público é particularmente exigente! O Brasil tem excelentes ilustradores. Muitos deles são também autores dos textos de suas obras. Trata-se de uma parceria importante de ser cultivada na produção desses livros.

Mãos à obra? Boas listas de livros infantis importantes e premiados, de todos os tempos, podem ser facilmente encontradas. Que tal começar? Comente nosso post. Estamos esperando suas considerações.

 

Estrutura do livro: entenda o que vem antes do texto

Um dos historiadores dos livros mais famosos do mundo, o francês Roger Chartier, costuma dizer que os autores não escrevem livros, eles escrevem textos que se transformam em livros pelas mãos de especialistas, que são os editores. São esses profissionais que traduzem um simples arquivo de texto em material bonito, organizado e vendável.

Mas, afinal, de que é composto um livro? Qual deve ser a estrutura do livro para que ele mereça esse nome?

O que é um livro?

Um livro é uma tecnologia. Nem sempre esse objeto tão banal para nós teve o formato que conhecemos. E há critérios que estabelecem diferenças entre materiais impressos. Por exemplo, a Unesco define que livro é um impresso com miolo entre capas que possua mais de 49 páginas. Se não for isso, não teremos um livro, mas um folheto. Controverso, não?

Estrutura recomendável

Não apenas a Unesco, mas outros órgãos e instituições definem qual deve ser a estrutura de um livro. Geralmente, considera-se o livro impresso, a despeito da existência cada vez mais forte do e-book. Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), um livro tem, além do texto propriamente dito, os paratextos, que são elementos que vêm antes ou depois do principal.

Vejamos os elementos mais importantes, que costumam aparecer nas obras de muitos escritores.

Capa e contracapa (ou quarta capa)

A capa protege o livro, mas também serve para seduzir os leitores. Não é à toa que muitas editoras investem em capas bonitas, chamativas, elegantes, visíveis. Geralmente, são feitas de material mais duro, mais resistente, de gramatura maior que a do miolo, justamente para mantê-lo protegido e conservado.

Já que as capas existem, costumam ser usadas também como suporte para alguns textos que ajudam a vender os livros: textos na contracapa, trechos instigantes da obra, dados do autor etc. A capa, propriamente, serve para identificar obra, autor, editora e outras informações interessantes.

Folha de rosto

A folha de rosto e a falsa folha de rosto (opcional) trazem informações sobre a obra que repetem a capa, mas também podem adicionar mais dados, como número de edição ou impressão. Nas costas dessa folha, costuma vir a ficha catalográfica, geralmente feita por bibliotecários. Com isso, é possível classificar a obra, registrar o seu número intransferível (ISBN — International Standard Book Number) e juntar dados, como créditos dos profissionais da edição.

Dedicatória e agradecimentos

Quem não sonha com isso? Um dia, dedicar a obra a uma namorada, aos filhos, aos pais, aos amigos. Essas são folhas que servem para homenagear, agradecer, explicar. Do mesmo modo, a folha de epígrafe, opcional, mas que muita gente usa para transcrever algum trecho inspirador de outra obra. Um poema, uma frase, um excerto filosófico pode vir aí, mostrando que um livro puxa outro.

Sumário

É comum e recomendável que se siga o sumário. Trata-se de uma espécie de esquema que traz os capítulos e as seções, com seus títulos e numeração de página. Com ele, é possível encontrar partes da obra quase diretamente, sem ter de folhear de forma aleatória.

Não confundir sumário com índice. Os índices vêm no fim da obra, e nem todas têm. Costumam ser por temas ou por assuntos tratados no livro.

Prefácio e apresentação

Pode ser importante apresentar a obra ao público, fazer um estudo sobre ela, mostrar a que veio. Isso é feito pelo próprio autor, e aí costuma se chamar apresentação. No entanto, é mais comum que os autores convidem outros autores, mais importantes e reconhecidos, para falar sobre a obra. Isso ajuda a divulgá-la e a legitimá-la. Os prefácios costumam ser escritos por outros, assim como os posfácios, que são a mesma coisa, só que depois do texto principal.

Essa é a estrutura básica de um livro, muito embora o essencial mesmo sejam capa, contracapa e miolo. O sumário deve entrar nessa lista. Tudo o mais depende bastante da vontade do autor e do campo de publicação: literário, técnico, religioso, autoajuda, infantil etc. O planejamento de tudo isso é bem importante para que um livro chegue ao seu público e tenha a devida atenção.

Gostou das nossas dicas? Esperamos que tenha aprendido sobre a estrutura do livro. Comente nosso post! Esperamos pelas suas considerações.

 

Como posso escrever melhor? Confira as nossas dicas

Vivemos em uma era que as informações, além de circularem, mudam rápida e constantemente. E, apesar de ser uma técnica milenar, escrever textos também faz parte desse fenômeno. Por isso, um bom escritor jamais deve parar no tempo, sempre buscando novas – e já conhecidas – maneiras de agregar valor ao seu texto a fim de atrair e reter a atenção do seu público.

Pensando nesse contexto, preparamos uma série de dicas de como escrever melhor e conquistar e engajar ainda mais seus leitores. Confira:

Pense no leitor

Antes de mais nada, ao se começar a escrever, você deve ter em mente o perfil do seu leitor. É ele que vai ditar o tom da escrita, a maneira como será exposto o conteúdo, a linguagem mais adequada e os elementos que serão utilizados. Uma boa dica para essa situação é usar a empatia, ou seja, se colocar no lugar da pessoa que lerá seu texto: eu gostaria do que estou lendo?

Seja claro e objetivo

Quanto menos “encheção de linguiça” seu texto tiver, mais atrativo ele será. Uma boa escrita não pode enrolar o leitor com conteúdos descontextualizados e informações não objetivas. Maneire nas citações, para não parecer que você não tem nada a dizer e evite exemplos em excesso. Além disso, aplique a escaneabilidade, que desperta a curiosidade do leitor e o faz entender o conteúdo com uma simples “passada de olhos”.

Crie títulos atraentes

A expressão “não julgue um livro pela capa” ainda é usada quando o assunto é escrita. Assim sendo, é a partir da leitura do título do seu texto que despertará no leitor a vontade de continuar lendo. Afinal, a primeira impressão é a que fica.

Não seja condescendente

Não subestime o potencial de leitura do seu público. Dessa forma, apresente questionamentos, compartilhe dúvidas, relate situações, falando de igual para igual, de maneira que o leitor se sinta próximo a você.

Leia bastante

Pode soar clichê, mas esse é um método infalível. Quando lemos muito, aumentamos nosso repertório e vocabulário, que serão utilizadas para agregar valores à nossa escrita. Sempre seja eclético na leitura a fim de diversificar seu conhecimento literário. Além disso, essa pluralidade de textos te auxiliará a sempre estar bem informado.

Consulte dicionários

É natural termos muitas dúvidas ao escrever um texto. Dessa forma, é importante que você sempre tenha um dicionário em mãos para consultar naqueles momentos “é com g ou com j?”.

Aposte nas figuras de linguagem

Escrever literatura é bem diferente de escrever um texto comercial, que é bem diferente de escrever um blog post e por aí vai. No entanto, em meio a todas essas modalidades textuais, existe uma intercessão: as figuras de linguagem. Sendo assim, essa expressões conotativas da língua, pautadas no sentido figurado, podem ser utilizadas para dar um certo charme a sua escrita e despertar o interesse do leitor.

Exercite as regras da língua

Para uma leitura fluida, é essencial que a pontuação esteja impecável. Por isso, desenvolva habilidades para trabalhar com vírgulas, pontos e acentuação. Além disso, aprenda sobre concordância, regência, coesão e coerência. Tudo isso, impulsionará a qualidade do seu texto.

Revise seu texto

Uma boa escrita acompanhada de uma boa revisão é sucesso garantido. Por isso, sempre que finalizar seu texto, não deixe de checá-lo para procurar erros gramaticais, ortográficos ou até mesmo de digitação. Ótimas técnicas para uma revisão exemplar é ler seu texto em voz alta e de traz para frente, lendo palavra por palavra.

Agora que você já está preparado para gabaritar o português, não deixe de comentar suas considerações!

3 dicas para escrever um livro de romance

Algumas pessoas trabalham melhor de manhã, outras, de noite. Tem quem goste de silêncio absoluto e quem não consiga escrever uma linha sem aquela música tocando no fone de ouvido ou som ambiente. Alguns terminam o primeiro esboço numa tacada só e outros não conseguem passar para o parágrafo seguinte sem retocar o anterior.
 
A escrita pode ter as suas idiossincrasias, mas uma coisa é certa: escrever é um ofício e exige rotina. 
 
Se você está pensando em começar a escrever um romance ou em transformar seu prazer de contar histórias na sua profissão, está no lugar certo! Neste post contaremos para você algumas boas técnicas para escrever um livro. Continue a leitura e descubra!

O planejamento leva você à fluência

Sabe quando você decide fazer uma viagem de última hora? Tudo pode acontecer: você pode comprar uma passagem aérea barata e acabar indo para um destino incrível ou sequer conseguir agendar um quarto de hotel! Escrever é como viajar. Quanto melhor você planejar o seu trajeto, menores serão os imprevistos (o que não exclui uma dose de emoções e boas surpresas pelo caminho).
 
Por mais que se romantize a noção de que um bom escritor é aquele que diante do papel ou do computador espontaneamente transforma magicamente suas ideias em palavras num fluxo contínuo de alta qualidade, não confie em seu gênio! Uma escrita assim pode ser muito terapêutica (ou traumática, no caso de bloqueios), mas dificilmente resulta num bom romance.
 
Existem diversas técnicas para auxiliar um escritor iniciante nessa jornada (como o método snowflake, criado por Randy Ingermanson). Mas, independente de como você decidir organizar seu trabalho, não deixe de criar um planejamento. Quanto mais tempo você se dedica a essa etapa, maior será sua fluência na escrita do primeiro rascunho.

A preparação do romance

A preparação de um romance, por ser um trabalho minucioso que exige coerência e atenção ao desenvolvimento de uma estrutura particular, demanda um planejamento ainda mais denso em comparação a outros projetos.
 
Criar uma narrativa longa solicita o delineamento dos traços psicológicos das personagens, do foco narrativo, das descrições, entre tantos outros elementos. Por isso, elaborar um roteiro inicial para sua escrita é fundamental para manter ao longo dessa jornada a coerência e o interesse de sua história.
Abaixo, você verá o que deve levar em conta em seu roteiro.

Subgênero

Romance histórico, policial, aventura, ficção científica, fantasia, infantil, infanto-juvenil… o seu livro pertence a algum desses segmentos? Se a sua resposta for sim, saiba que cada subgênero tem um conjunto de obras clássicas e contemporâneas que devem ser estudadas.
 
Além de serem fontes de inspiração, a leitura desses livros pode ajudar você a definir quais estratégias narrativas mais agradam ao seu estilo e pensar em maneiras de contar a sua história.
 
Leia atentamente os livros pertencentes ao segmento escolhido e extraia o que há de melhor em cada obra. Além disso, é importante estar atento ao que os leitores desse subgênero esperam. Quem sabe você não consegue inovar com sua escrita e tornar-se uma referência dentro da sua categoria?

Fio condutor 

Defina o fio condutor da sua narrativa: o que vale a pena ser contado? Uma história, geralmente, tem em sua estrutura uma situação problema (clímax), seguida de uma solução que pode ser explorada ou modificada de acordo com sua técnica. 

Tente entender qual o ritmo da sua narrativa antes de começar a escrever, assim, você já mergulha no trabalho sabendo exatamente quais objetivos você deve atingir.

Construção das personagens

Planeje detalhadamente os seus personagens e aprofunde suas histórias pessoais. De onde veio sua personagem? Qual é a sua personalidade e são seus anseios? O que ela aprende ao longo na narrativa? Qual é o seu papel na narrativa? 

É importante ressaltar que esse planejamento faz parte do processo de construção do personagem, mas não será necessariamente incorporado totalmente ao texto final. Essa é uma etapa que serve para pautar suas ações e emoções ao longo da trama e é a base para que você possa criar personagens inesquecíveis por conta de sua coerência e complexidade.

Cenário

O cenário de um romance histórico certamente não será o mesmo de uma ficção científica e exige um tipo diferente de pesquisa. Imagine os principais ambientes pelos quais seus personagens poderão transitar.

A criação de um cenário demanda um bom conhecimento de seu tema, gênero narrativo e bastante trabalho imaginativo. Criar e descrever detalhes desse cenário, deixando-o o mais coerente possível, torna sua narrativa mais rica e facilitará o desenvolvimento da construção.

O mundo ensina boas técnicas para escrever um livro

“Write what you know”. A frase integra boa parte das listas de conselhos para escritores e se tornou uma regra cardeal da escrita. Porém, o que muitos vêm ressaltando é que “o que você conhece” não se limita a suas experiências mais imediatas.
 
O que você conhece inclui, principalmente, suas experiências afetivas, mas que podem — e devem! — englobar o que você observa no mundo, seus personagens preferidos, a vivência de outras pessoas etc.
 
Em suma, o que você conhece precisa ser expandido! Escreva sobre o que você conhece, mas nunca deixe de conhecer coisas novas.
 
Para um escritor tudo pode ser material de escrita. Por isso, tenha sempre um caderno à mão para anotar novas ideias e situações inspiradoras. As melhores ideias e soluções, afinal, surgem quando menos estamos esperando por elas.
 
Sabe aquele seu amigo que adora ler ou mesmo aquele seu colega que também está pensando em começar a escrever um romance? Ele pode ensinar muito comentando seu primeiro rascunho. Não tenha medo de pedir conselhos as pessoas mais próximas. Você pode estar tão imerso no seu enredo que não percebe as incoerências e possíveis descontinuidades da sua história.

A rotina é a sua melhor amiga

Alguns romances notáveis foram escritos, surpreendentemente, em poucos dias. O que aprendemos com a maioria dos grandes escritores, entretanto, é a não confiar em uma semana super produtiva apenas contando com bons momentos de inspiração.
 
Pode parecer clichê, mas aquela porcentagem do 1% de inspiração e 99% de trabalho duro continua valendo na hora de escrever um romance e. para isso, é preciso de rotina.
 
Stephen King em seu livro Sobre a Escrita diz que tudo que você precisa é uma porta que você possa fechar para cumprir uma meta-diária preestabelecida, bem como Virginia Woolf diz o quanto ter um teto todo seu é fundamental para um escritor. Um espaço próprio — por mais modesta que seja sua mesinha — e uma quantidade de tempo livre em que você possa mergulhar diariamente na sua escrita é o que vai fazer de você um escritor.
 
James Joyce, Charles Dickens, Ernest Hemingway, Elena Ferrante e Gabriel García Márques além de serem grandes romancistas, todos eles estabeleceram e cumpriram rituais diários para escrever — faça chuva ou faça sol. Se você quer se tornar um escritor precisa começar a descobrir quais são os seus rituais e como você se sente mais confiante ao colocar suas ideias no papel.
 
Escrever livros de romance não é uma tarefa fácil, porém, dar vida e compartilhar o seu universo imaginário é extremamente gratificante. Com método, dedicação e criatividade, seu romance pode existir e até mesmo ser um grande sucesso.
 
Gostou das nossas técnicas para escrever um livro? Então continue a sua jornada pelo conhecimento, clique aqui e descubra o que vem antes do texto!

7 comunidades de escritores que você não pode ficar de fora

Escrever é uma atividade que depende de feedback. Não basta produzir os textos. É preciso reescrever, repensar, revisar. A ideia de que o texto é mais trabalho do que inspiração é conhecida entre aqueles que lidam profissionalmente com as palavras. Tanto durante o processo da escrita quanto depois de uma obra publicada, os retornos são sempre importantes para o autor. Ou deveriam ser. E tanto é assim que várias comunidades se formaram com a finalidade de promover a troca de textos, o compartilhamento de ideias, produções, sugestões e mesmo para a escrita colaborativa. Essas comunidades de escritores – profissionais ou não – estão por todo lado, mas principalmente na internet, em redes sociais e por meio de aplicativos. Algumas delas são grupos fechados, sendo preciso conhecer alguém para acessar. Outras são grupos abertos, públicos, bastando um clique para chegar. Que tal juntar-se a alguma delas?

2 mil toques

2 mil toques é uma comunidade com página no Facebook e no Tumblr. Lá, é possível acompanhar escritores falando de suas rotinas, modos de trabalho e mesmo das agruras e alegrias da profissão. Muito interessante para o escritor ou a escritora terem como se balizar no processo de escrita e no funcionamento da carreira.

Partilha da escrita

Trata-se de um grupo fechado no Facebook, mas é bem fácil pedir acesso a ele. Escritores – muitos deles profissionais – trocam ideias e divulgam trabalhos e eventos por ali. A tônica deste grupo é a discussão sobre aspectos da escrita, especialmente a literária.

Letra viva – Literatura de confronto

É um grupo público no Facebook que discute, ferrenhamente, aspectos da vida literária no Brasil. Talvez seja uma das comunidades mais combativas. Ali, escritores, também muitos deles profissionais renomados, discutem aspectos positivos e negativos do campo da produção literária.

LiteraturaBr

O LiteraturaBr é um site que reúne informações sobre escrita, leitura, escritores, além de divulgar eventos, serviços e livros. Mantém uma página no Facebook onde é possível participar com outros autores. 

Scribe

A Scribe é uma plataforma de leitura e escrita. Por lá, é possível escrever, publicar e acompanhar estatísticas e retornos. É diferente de um grupo de discussão ou de divulgação apenas. Pode ser bem útil para quem deseja testar a escrita em ambiente digital. 

Skoob

Talvez esta seja a comunidade – rede social – mais conhecida entre os amantes de livros e leitura. Esta rede serve para a divulgação, troca e comentário de livros lidos. Funciona bastante bem para quem quer conhecer e comentar a produção literária. 

Wattpad

É um aplicativo muito conhecido pelos amantes da leitura. É uma das maiores comunidades de troca de textos e livros que existem. É possível postar a produção e trocá-la com outros participantes. Feedback garantido. 

Não vai ser por falta de espaços de discussão que um escritor deixará de publicar ou de escrever textos melhores. A troca de ideias e de sugestões é fundamental para esse ofício. As comunidades de profissionais – e amadores – estão espalhadas por aí. É só entrar e participar.

Que tal nos ajudar com mais grupos e redes de autores? Comente nosso post. Esperamos suas sugestões. 

 

Como escrever bons diálogos: veja 4 dicas

Os diálogos são uma parte fundamental das narrativas. Eles permitem avançar a trama, apresentar mais informações sobre personagens e acelerar ou reduzir o ritmo da história. Para conseguir isso, é preciso estar atento não só à naturalidade da conversa mas também  à sonoridade e ao ritmo.

Essa não é uma tarefa fácil; por isso, no post de hoje trouxemos 4 dicas de como escrever diálogos para te ajudar. Confira:

Mantenha-se fiel a seus personagens

Cada pessoa tem seu próprio jeito de falar, influenciado por fatores como faixa etária, região, grau de instrução e situação de conversa. Isso tudo deve vir à tona quando seus personagens estiverem falando e cada um deve ter sua própria voz. Para isso, é fundamental conhecê-los muito bem e estabelecer manias, expressões e até vícios de linguagem mais usados por cada um.

Além disso, é preciso ficar atento ao contexto da conversa. Se o seu personagem é mais fechado e introspectivo, não faz sentido ele contar toda a sua história de vida para um desconhecido no ônibus. Essa pode até parecer uma maneira fácil de apresentá-lo e contar ao leitor quais são os objetivos daquele personagem, mas não é nem um pouco verossímil.

Fique atento ao ritmo

Uma conversa real entre duas pessoas inclui frases abandonadas pela metade, pausas para retomar o pensamento, assuntos misturados e vários outros elementos que, quando transpostos para o texto, podem confundir o leitor e atrapalhar o andamento da história. Por isso, não tente fazer diálogos realistas demais. Em vez disso, preocupe-se em mantê-los fluidos e informativos: inclua apenas as falas que avancem a narrativa ou revelem mais informações necessárias à trama.

Não hesite em transpor partes do diálogo para o discurso indireto. Por exemplo, em vez de iniciar uma conversa entre dois personagens com “oi”, você pode escrever:

“Clara se aproximou de Roberto e o cumprimentou.

— Eu estava te procurando! — disse ele.”

Da mesma maneira, se quiser deixar claro que a conversa durou bastante tempo, pode incluir essa informação em um parágrafo narrativo. Uma autora que faz isso muito bem é Jane Austen: em seus livros, ela alterna entre o discurso direto e o indireto para destacar os trechos da conversa que são relevantes para o leitor e manter a história fluindo.

Use os incisos a seu favor

Os incisos são as inserções do autor no diálogo, ou seja, os trechos como “ele disse”, ou “Sandra perguntou”. Além de deixar claro quem fala, eles podem cumprir objetivos como emular o ritmo da conversa, descrever o tom de voz e narrar ações que acontecem simultaneamente ao diálogo.

Para entender esses usos, vamos pegar como exemplo um personagem prestes a revelar que está apaixonado pela melhor amiga. Ele pode iniciar a conversa da seguinte maneira:

“Escuta — chamou hesitantemente, se aproximando da menina —, eu preciso falar com você.”

Além do adjetivo deixando claro que nosso personagem está hesitante, o inciso logo depois de “escuta” faz uma pausa no diálogo, imitando sua hesitação, e nos diz que ele se moveu enquanto falava. Essa construção deixa o ritmo da ação muito mais natural do que incluir, por exemplo, uma frase como “ele foi se aproximando da menina enquanto falava” caso você precise que os dois estejam próximos ao final do diálogo.

Leia em voz alta e interprete seus diálogos

Um diálogo é uma conversa transcrita para o papel e, por isso, para saber se ele está funcionando bem é preciso ouvi-lo. Leia em voz alta para saber se a sonoridade está boa e interprete as falas, pronunciando-as da mesma maneira que você imagina que seus personagens fariam. Assim você consegue testar se as frases e palavras que escolheu são condizentes com a emoção que seu personagem está sentindo.

Bons diálogos podem tornar sua história mais fluida e mais interessante. Para consegui-los, é preciso praticar bastante e estudar bons exemplos na literatura para entender o que funciona melhor em cada caso. Ainda tem alguma dúvida sobre como escrever diálogos? Conte para a gente nos comentários!