O autor Thiago Carvalho ingressou em 1998 no Curso de Cinema e Vídeo da UFF. No início dos anos 2000, foi integrante da produtora Asterisko Filmes. Desde então, sua trajetória passou também pela produção e realização de curtas, edição de vídeos, filmes e séries, e pela docência em cursos de graduação, especialização e formação técnica.
Desde 2006, atua no setor público, trabalhando com políticas públicas de fomento e regulação do setor. Buscou também a atividade acadêmica realizando especialização no Instituto de Economia da UFRJ, e mestrado na Escola de Comunicação também da UFRJ e agora lança a obra: “Cinema é Celebração: a cena de exibição de cinema e audiovisual independentes do Rio de Janeiro na virada dos anos 2000“.
No livro, o autor aborda essa efervescente cena independente que despontou na região, se expandindo também para regiões periféricas, cuja característica central era sua dimensão celebratória, festiva e gregária, incorporando elementos da socialidade da cultura urbana da cidade e arredores.
Na obra, o autor reforça que entre as questões abordadas estão aspectos como: o papel das escolas e cursos de cinema na formação dos grupos; as transformações tecnológicas da época; a importância do curta-metragem na cena; o movimento cineclubista no Rio de Janeiro nos anos 2000; a expansão do audiovisual para a periferia; o resgate histórico e a relação com a institucionalidade existente na região.
Em entrevista ao Blog Autografia, Thiago conta mais sobre sua trajetória e sobre o tema do livro: “Em função da admiração juvenil pelas imagens em movimento e do desejo de exercer atividade criativa, ingressei em 1998 no Curso de Cinema e Vídeo da UFF”.
“A partir da rica vivência do período universitário, minha inserção no campo se deu em grupos de jovens engajados no audiovisual na época, os quais, por meio de práticas compartilhadas, estabeleceram conexões geracionais”.
“No início dos anos 2000, fui integrante da produtora Asterisko Filmes, um coletivo de audiovisual da cena independente do Rio de Janeiro, onde participei do movimento cultural descrito no livro. Desde então, minha trajetória passou também pela produção e realização de curtas, edição de vídeos, filmes e séries, e pela docência em cursos de graduação, especialização e formação técnica”.
“Desde 2006, atuo no setor público, trabalhando com políticas públicas de fomento e regulação do setor. A partir da crença na importância da reflexão e da pesquisa como complemento para a experiência prática, busquei também a atividade acadêmica realizando especialização no Instituto de Economia da UFRJ, e mestrado na Escola de Comunicação também da UFRJ, de onde teve origem o presente livro”.
“No início dos anos 2000, o Rio de Janeiro foi possivelmente palco da principal cena de exibição independente do país nesse período, com dezenas de espaços alternativos de exibição, cineclubes, mostras e festivais, exibindo regularmente centenas de filmes e vídeos para milhares de pessoas”.
“O livro aborda essa efervescente cena independente que despontou na região, se expandindo também para regiões periféricas, cuja característica central era sua dimensão celebratória, festiva e gregária, incorporando elementos da socialidade da cultura urbana da cidade e arredores”.
“O movimento estava também inserido em um cenário mais amplo de transformação do cinema brasileiro, que teve início na mudança do século a partir de transformações sociais e tecnológicas no ambiente cultural, e que se transformou, a partir de 2010, na geração de renovação do cinema brasileiro do período”.
“O foco de interesse foi buscar compreender o papel desempenhado pelos cineclubes, eventos e espaços de exibição, na formação de identidade da geração local, a partir do estudo de cinco de seus principais eventos: Festival Brasileiro de Cinema Universitário, Incinerasta, Cachaça Cinema Clube, Mostra do Filme Livre, e Cineclube Mate Com Angu”.
“Entre as questões abordadas estão aspectos como: o papel das escolas e cursos de cinema na formação dos grupos; as transformações tecnológicas da época; a importância do curta-metragem na cena; o movimento cineclubista no Rio de Janeiro nos anos 2000; a expansão do audiovisual para a periferia; o resgate histórico e a relação com a institucionalidade existente na região”.
A inspiração para Thiago escrever o livro veio da intenção de apresentar um panorama sobre as características principais da cena: “Como integrante dessa geração, compartilho de suas experiências formativas e seus anseios, possuindo, dessa forma, interesse pessoal em contar uma história que entendo como socialmente relevante”.
“Mas, para além disso, penso que esse movimento possui importância histórica para a cena de cinema e audiovisual da cidade e do país. Dada sua intensidade e capacidade de mobilização, e seu caráter celebratório e libertário de experimentação de linguagens e práticas, representou impacto e força contundentes no sentido de desestabilizar as formas de fazer e assistir cinema então estabelecidas, abrindo possibilidades de renovação”.
“A intenção foi apresentar um panorama sobre as características principais da cena, assim como apresentar um registro que sirva como fonte de memória documental, com retrospecto e referências a manifestações, eventos, agentes e produções dos grupos estudados, de forma a possibilitar futuras pesquisas”.
“Entendo também que a análise de grupos e contextos que adquiriram capacidade de mobilização e efervescência cultural, representa material para o debate, sempre necessário, sobre questões e desafios, sociais e artísticos, presentes na construção da trajetória do cinema brasileiro”.
O autor ainda conta mais sobre o processo de produção do livro: “O livro é uma adaptação de minha dissertação de mestrado, defendida no Programa de Pós-Graduação em Mídias Criativas da Escola de Comunicação da UFRJ em novembro de 2022”.
“Trata-se de uma investigação preliminar, de importante movimento cultural ocorrido na região, efetuada por meio de abordagem qualitativa, com base em levantamento bibliográfico e documental e a partir de entrevistas semiestruturadas com alguns de seus integrantes”.
“A ideia da adaptação para o livro foi retirar, na medida do possível, o excessivo teor acadêmico, construindo uma linguagem mais simples, direta e acessível, de forma a permitir o alcance por parte de um público mais amplo. Ainda assim, trata-se de um livro de divulgação científica, organizado e estruturado segundo os aspectos formais da pesquisa”.
Para Thiago, o livro traz uma sensação de satisfação: “Mesmo com as limitações naturais de um primeiro estudo sobre tema complexo, é uma satisfação poder compartilhar uma história e uma memória que considero relevantes acerca de bastidores culturais, pouco lembrados, de nosso cinema e do nosso território”.
“Penso que se trata de um capítulo importante, tanto da trajetória recente de movimentos culturais e geracionais no campo do audiovisual no Rio de Janeiro, quanto do cineclubismo e do cinema no país, que não apenas necessitam de reconhecimento histórico, mas também servem como referências, para novas gerações, na contínua reinvenção de futuros para os desafios e complexidades contemporâneas para o audiovisual brasileiro”.
“Para mim, pessoalmente, é uma forma não só de disseminar conhecimento para além dos círculos acadêmicos restritos, permitindo que os resultados encontrados sejam compartilhados com um público mais amplo, e incitando o debate sobre o tema, mas também um gesto de reverência à memória da rede afetiva de sociabilidade e coletividade que constituiu meu ser social, e que segue atuante no tecido social da cidade”.
“É uma história instigante sobre uma geração de jovens apaixonados pela sétima arte que decidiu fazer cinema em terras fluminenses sem pedir licença. Um convite à reflexão sobre a importância da paixão e do sonho para o cotidiano da atuação social do ser humano, especialmente da juventude”.
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