A autora Alessandra Silveira tem formação em tecnologia, negócios e gestão de projetos e lança a obra “Passaporte para a vida”. No livro, Alessandra traz relatos profundos sobre seus momentos de fé, força e esperança, além de outros momentos dificultosos da sua vida. Na obra, a autora reforça que a fé e a esperança intensas foram decisivas para a sua recuperação plena.
Em entrevista ao Blog Autografia, Alessandra conta mais sobre sua trajetória e sobre o tema do livro:” Sou natural do sul fluminense, Volta Redonda. Tenho formação em tecnologia, negócios e gestão de projetos. Saí da minha cidade com 23 anos e atualmente moro em SP, sou solteira, espírita, não tenho filhos, mas sou cercada de sobrinhos e afilhados que adoro.
“Tenho uma sólida carreira profissional, prestando serviço para grandes empresas. Há 15 anos trabalho em telecomunicações, como gestora de projetos. Pessoalmente, sou uma viajante, mochileira, tenho paixão por conhecer lugares, no Brasil e no mundo, história, culturas, costumes diferentes, o que acho que enriqueceu muito muito minha vida.”
“Adoro realizar atividades de voluntariado e artes manuais. Em 2010, o câncer chegou a minha vida e me colocou diante de um dos meus maiores desafios que eu chamaria de uma grande viagem pelo processo e para dentro de mim mesma. Foi árduo, mas acredito ter saído mais fortalecida e mais consciente ainda das coisas em que eu acredito e de quem eu sou.”
“Gosto de pensar que é um livro sobre fé , força e esperança. Sobre a minha maneira de passar por momentos difíceis. Foi um mergulho em mim mesma com grandes reflexões internas, mas também uma reflexão acerca de todo o processo do tratamento do câncer e impactos dos anos posteriores de todos os envolvidos.”
“O ponto de vista de um paciente que de repente vê sua vida virada por tal acontecimento, que dá conselhos aos amigos, familiares, conhecidos em como abordar o tema, porque a verdade é que muitos não sabem nem o que dizer.”
“Então eu conto todo o meu processo de diagnóstico que foi difícil e doloroso, o processo cirúrgico e suas implicações, efeitos que isso teve na minha vida e no entorno, com histórias emotivas, engraçadas, às vezes chateadas, outra reflexivas, mas sempre com o olhar de quem vê a vida num conceito mais amplo e espiritualista.”
“Falo sobre o que eu aprendi sobre câncer de colorretal que não é muito divulgado e eu queria prestar esse serviço, porque se fala muito em outros tipos de câncer, mas não nesse, sendo um dos que são mais letais.”
“E então, falo sobre meu tratamento e minhas reflexões, sobre o processo e tudo o que eu passei e vi ao meu redor e o que se faz após isso, o que você faz enquanto espera cinco anos, dia após dia, esperando não ter outro câncer, romper esta barreira e ganhar a tão esperada alta e conto o meu plano criado para passar por tudo isso, o meu passaporte para a vida, com carimbos e tudo!”
“Um verdadeiro projeto com metas, tempo, entregas, reflexões necessárias, autoconhecimento porque é assim que a minha mente funciona, eu sou gestora de projetos. Falo da minha fé religiosa que foi meu esteio em tudo isso e norteou todo o meu posicionamento e concluo com uma reflexão sobre mim como ser humano e as ditas coincidências do universo que eu gosto de chamar de a mão de Deus dando uma organizadinha em alguns dos nosso processos de vida”, completa a autora.
A inspiração para Alessandra escrever o livro veio de uma intuição muito pautada na sua vontade de deixar uma mensagem de fé e esperança aos leitores: “Eu escrevi essa obra pensando no tipo de texto que eu gostaria de ter encontrado e não encontrei quando eu passei pelo processo do câncer, na verdade, isso valeria para qualquer processo difícil que você possa enfrentar.”
“Algo com o qual eu me identificasse do ponto de vista de crenças de vida, religião, valores, um entorno familiar não tão funcional, questões internas a serem trabalhadas quando esse tipo de situação chega a nossa vida.”
“Eu quis falar também para aqueles que estão fora do dito padrão porque em muitos momentos da vida eu me vi fora do padrão de vida normal falando de vida familiar, vida afetiva, crenças, de quem estava à minha volta e isso nos faz solitários, às vezes, por não encontrarmos identificação.”
“Eu penso muito nas minorias sejam quais forem. E é com esse olhar, analisando não só a si, mas também o entorno, todas as ações e reações vividas nesse processo, desde o diagnóstico passando por cirurgia, tratamento e os famosos cinco anos de espera pela alta”.
“Acho que propositalmente eu parei mesmo para recolher meus escritos, organizar as ideias e escrever mesmo o texto que virou esse livro um bom tempo depois quando eu me senti preparada para fazê-lo”, relata a autora.
A autora ainda conta mais sobre o processo de produção do livro: “Um árduo trabalho solitário e reflexivo porque envolve resgatar coisas escritas durante e depois, reviver fatos, revisitar memórias uma e outra vez, ressignificar algumas coisas, tirar conclusões e deixar ir, foi como fechar um capítulo da minha história.”
“Tive ajuda de amigos ao final para ler e me dizer o que achavam e minha afilhada, então estudante de jornalismo, hoje formada, que me ajudou com algumas correções textuais e organização de ideias.”
Primeiro virou um blog e quem leu me incentivou muito a transformá-lo em livro. Sou muito reservada, então até essa barreira, a de exposição, eu tive que trabalhar para poder contar a minha história que já tocou muita gente pelos retornos que recebo. É com esse intuito que eu decidi publicar, poder ser uma voz de fé e esperança.”
Para Alessandra, publicar o livro traz imensa alegria e a satisfação de meta alcançada com muita fé e persistência: “Uma realização pessoal. Eu sempre quis deixar alguma contribuição a sociedade, fazer o bem na vida de alguém, de alguma forma, e sinto que esse processo me permitiu ser uma voz ao falar sobre cuidado, amparo, empatia, fé, porque vivi tudo isso.”
“E sobrevivi para contar. Eu espero que a minha história sirva para acalentar corações, sirva de possibilidade, alternativa, que possa trazer uma reflexão sobre como passar por momentos difíceis.”
“Cada um tem a sua dificuldade, ninguém é mais ou menos, é só uma questão de identificação, talvez existam outras Alessandras por aí que possam se identificar e encontrar nas minhas palavras algo que fortaleça a fé, a força e a esperança na vida delas e o que espero é que a minha mensagem chegue aonde é preciso chegar. Espero que gostem e que passem adiante, talvez um familiar, um amigo seu passe por um momento difícil, faça essa mensagem chegar até ele”, finaliza.
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